Em uma rápida cerimônia, o presidente Michel Temer deu posse à primeira mulher à frente da procuradoria-geral da República(PGR), Raquel Dodge, que é vista com muita suspeita pela maioria da...
Em uma rápida cerimônia, o presidente Michel Temer deu posse à primeira mulher à frente da procuradoria-geral da República(PGR), Raquel Dodge, que é vista com muita suspeita pela maioria da população nas redes sociais, por ela ser indicada pelo presidente, e que o mesmo tem o nome envolvido em esquemas de corrupção.
O presidente da República, ignorou o tradicional compromisso de nomear o candidato mais votado na eleição interna do Ministério Público Federal (MPF), ao indicar Dodge, sendo que o mais votado foi Nicolao Dino(votos 621 contra 587 de Dodge), e já era considerado o sucessor de Janot. Atual procurador-geral eleitoral, mas Dino defendeu a cassação do mandato do presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo crime de abuso de poder político e econômico na eleição presidencial de 2014, quando o peemedebista era o vice na chapa de Dilma Rousseff (PT). O presidente conseguiu se safar por 4 votos a 3.
Escolher Nicolao seria joga contra sigo mesmo, foi uma excelente jogada e muito bem-feita, no tempo oportuno, para enfraquecer o poder das denúncias que o atual procurador apresentou contra o presidente, dois dias antes da indicação do sucessor da PGR. Michel esta praticamente escolhendo quem pode ou não investigá-lo, com o fim do mandato de Rodrigo, em 17 de setembro.
Desde 2003 o protocolo de sempre escolher o mais votado era mantido.
“O que dizem os especialistas”
A expectativa entre políticos, procuradores e especialistas é de um clima mais sereno entre as instituições — dado o perfil mais discreto de Dodge em comparação ao ex-procurador. Entretanto, apesar da esperança de alguns no meio político, a previsão é de que não haja flexibilização no combate à corrupção.
São muito diferentes e isso é inerente da condição humana. Entretanto, Napoli ressalta a importância de que as ações levem em consideração as regras e princípios constitucionais e institucionais do cargo. “Ela está em uma função em nome e no interesse do público, logo, é preciso que respeite alguns valores e, nisso, não pode haver divergências. As diferentes características podem ser no ponto de vista pessoal, mas não em relação à instituição”, disse.
Entre alguns procuradores que investigaram políticos no Supremo Tribunal Federal durante a Lava Jato, a nomeação de Dodge é considerada “o fim” da investigação. Mas Bruno Calabrich, procurador regional da república e colaborador eventual da Lava Jato no STF, avalia que Raquel não oferece risco às investigações e que nenhum candidato, entre os três mais votados, facilitaria a vida de políticos.
"Hoje, a Lava Jato é um transatlântico. Nenhum procurador em sã consciência seria louco de poupar políticos. Se ela tomar alguma atitude que indique esse tipo de propósito, toda a liderança que ela construiu ao longo dos anos se perde. A carreira não toleraria algo do tipo", afirmou Calabrich ao EL PAÍS.
Agora ficamos todos na expectativa de que ela faça um trabalho honesto, e que as investigações sejam executadas sem imparcialidade, dois pesos ou duas medidas, que não queira devolver o favor que lhe foi prestado, favorecendo a alguns supostos corruptos.