Comandante do Exército diz que não haverá punição ao general Antonio Hamilton Martins Mourão, por declarações de uma possível intervenção militar no país.
O comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Boas, disse que não haverá punição ao general Antonio Hamilton Martins Mourão, pelas declarações em que sugere a possibilidade de intervenção militar no país. Em palestra numa loja maçônica de Brasília na sexta (15), Mourão respondeu a uma pergunta sobre a eventualidade de uma intervenção militar constitucional. Disse que os militares poderão ter de “impor isso” e que essa “imposição não será fácil”.
"Esta questão está resolvida internamente. Punição não vai haver. A maneira como Mourão se expressou deu margem a interpretações amplas, mas ele inicia a fala dizendo que segue as diretrizes do comandante. E o comando segue as diretrizes de promover a estabilidade, baseada na legalidade e preservar a legitimidade das instituições", disse Villas Boas em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo, na madrugada desta quarta-feira (20).
Foto: Reprodução/Rede Globo |
Mourão não teria então quebrado a hierarquia militar?
Resposta:
“Entre as atribuições das Forças Armadas é aplicar a lei e a ordem para defesa da pátria e das instituições, o que só poderá ocorrer por requisição de um dos poderes ou na iminência de um caos. Quando ele fala de aproximações sucessivas, ele fala também das eleições que se aproximam. É preciso ver o ambiente em que ele estava. Ele não fala pelo alto-comando.”
Essas declarações extrai a pressão que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, impôs ao general Antonio Hamilton Martins Mourão, após as declarações, na loja maçônica. O deixando livre de dá-lhe explicações. E de suas cobranças por “medidas cabíveis a serem tomadas” contra o mesmo.